domingo, 21 de fevereiro de 2010

O inicio do estágio

Sei que o texto que vós, vou passar a apresentar faria mais sentido ter sido publicado, há 4 meses atrás altura em que iniciei o meu estágio no Hospital Fernando Fonseca. Porém, tal justifica-se porque só agora criei este blog.

No dia 5 do passado mês de Novembro foi o meu primeiro dia no Hospital. Apesar de já o ter visitado várias vezes por diferentes motivos e razões, agora era tudo novo. Afinal o objectivo pelo qual ali estava era completamente diferente, tudo era novo os serviços, as pessoas e até o hospital. Via-o de uma perspectiva diferente.

Os problemas dos utentes com os quais me deparei eram diferentes do estágio anterior, já estava preparada para que não fossem iguais uma vez que as problemáticas eram completamente diferentes, já para não falar na população. No ano anterior tinha estado numa clínica psiquiátrica, Casa de Saúde do Telhal, e agora estava num hospital no Serviço de Pediatria que em tudo é diferente.

O facto de desde o inicio ter de escolher uma área para trabalhar durante o estágio, permitiu-me desde logo começar a pesquisar e entender melhor o serviço e a sua dinâmica. Tive de perceber o que era o Protocolo da Criança Mal Tratada, se eram exclusivos daquele hospital ou comuns a todos os outros, quem faz a triagem dessas situações de maus tratos, qual o encaminhamento que a Assistente Social deve dar a esses casos. Pude acima de tudo entender que cada caso tem uma especificidade e que não devem ser tratados de forma pré-definida.

A primeira situação de maus tratos, foi complicada para mim de gerir, era uma criança vítima de violência física que tinha sido levada para o hospital pela escola, uma vez que tinha verbalizado que a mãe lhe tinha batido porque este se tinha portado mal na escola. A minha primeira reacção, mesmo que um inconsciente, foi censurar a mãe, afinal quem é que bate numa criança? Quando finalmente fizemos a entrevista à mãe comecei a perceber que não era tudo tão assim simples como pensava. Esta mãe estava realmente desesperada e não sabia o que fazer ao filho.


Esta primeira situação marcou-me e permitiu que eu entende-se que nem sempre é tudo assim tão linear, a minha censura mesmo que inconsciente tem de ser controlada, o que por vezes é muito difícil.

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